O que é o modelo DIR®/Floortime™?

O modelo DIR®/Floortime™ foi desenvolvido no final dos anos 1980 por pesquisadores dos Estados Unidos para auxiliar no desenvolvimento infantil, especialmente de crianças no espectro do autismo.

A sigla DIR® vem do inglêsDevelopmental, Individual Difference, Relationship-based Model, que significa Modelo de Desenvolvimento funcional emocional, Diferenças Individuais e Relacionamento.

Esse modelo terapêutico foca no desenvolvimento das crianças que apresentam dificuldades na sociabilidade, como as que estão no espectro do autismo, respeitando suas diferenças individuais e suas relações interpessoais.

O objetivo principal é ajudar essas crianças a utilizar suas habilidades considerando a fase de desenvolvimento em que se encontram, bem como a forma como processam as informações do ambiente em que vivem. Assim, promove o desenvolvimento de competências sociais, emocionais e intelectuais.

Como funciona?

Esse método é uma terapia baseada em relacionamento para crianças com autismo. A intervenção é chamada Floortime porque os pais ou terapeutas se sentam no chão com a criança para brincar e interagir ao seu nível.

O propósito é que os adultos ajudem as crianças a ampliar seus “círculos de comunicação”. Terapeutas e pais participam das atividades e jogos da criança.

O modelo DIR®/Floortime™ considera a criança como um ser único, respeitando sua individualidade e limitações. Ele sistematiza a brincadeira com a criança, ajudando-a a avançar nas etapas do desenvolvimento.

Pode ser aplicado por profissionais de diversas áreas, como psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos e terapeutas ocupacionais. No entanto, a participação ativa da família é essencial para a eficácia do método.

Algumas estratégias do modelo

Os terapeutas ensinam os pais a guiar seus filhos em interações cada vez mais complexas. O método não se concentra isoladamente em habilidades de fala, motoras ou cognitivas, mas sim no desenvolvimento emocional, incentivando as crianças a darem o seu melhor.

O Floortime é uma das estratégias, e refere-se ao tempo de chão, onde o terapeuta ou educador segue os interesses emocionais da criança e a desafia a desenvolver suas capacidades sociais, emocionais e intelectuais.

As sessões com o método incluem treinamento para pais e cuidadores, além da interação com a criança. As atividades são conduzidas de forma lúdica para promover o desenvolvimento ou a aquisição de habilidades. A criança lidera a interação, e o terapeuta segue seus interesses e motivações.

A interação é fundamental nesse processo. O autista e o terapeuta constroem uma relação que estimula a comunicação, mesmo quando a criança ainda não fala. As interações podem ser realizadas por meio de música, movimento, arte, jogos ou até diálogos.

Seis marcos principais do método DIR®/Floortime™

Há habilidades fundamentais que as crianças precisam desenvolver. O método DIR®/Floortime™ se baseia em seis fases do desenvolvimento que são cruciais para o crescimento emocional e intelectual:

  • Auto-regulação, atenção e interesse pelo mundo;
  • Intimidade ou envolvimento em relacionamentos;
  • Comunicação recíproca intencional;
  • Resolução de problemas de comunicação complexos;
  • Criação e elaboração de símbolos/ideias;
  • Construção de pontes entre símbolos/ideias.

Alguns benefícios do D.I.R.®/Floortime™

As crianças no espectro do autismo conseguem se manter mais calmas e reguladas; interagir espontaneamente com os outros; iniciar uma comunicação empática e resolver conflitos sociais.

Além disso, elas passam a assimilar, regular, responder e compreender sensações como som, toque, e o planejamento e sequenciamento de ações e ideias.

Por fim, o método melhora os relacionamentos das crianças com seus pais, professores, terapeutas e colegas, além de promover maior autonomia.

Saiba mais sobre o assunto

O modelo D.I.R.®/Floortime™ foi criado por Stanley Greenspan e Serena Wieder nos EUA após anos de observação e estudo do desenvolvimento infantil. Eles integraram conhecimentos de vários estudos, destacando a importância dos relacionamentos e do afeto no aprendizado.

Referências: